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22.10.04

dancez le can can redux 




21.10.04

couronne des épines 

devo estar ficando velho, porque
vejo muito mais semelhanças entre
maria luiza e luizianne do que
entre moroni e collor.

primeiramente, porque moroni não
poderá, caso eleito, confiscar
poupanças. na verdade, o próprio
collor pouco faria, do que fez,
se fosse mero prefeito da capital
cearense. ademais, são filiados e
empunham a bandeira de partidos
diferentes, partidos que apresentam
posicionamentos políticos diversos.
collor tinha, além do cargo de
presidente de uma república, poder
sobre meios de comunicação dentro
da própria família. entendo que
moroni não se encontra na mesma
situação.

no outro caso, posso ver várias
congruências. ora, ambas estão
ligadas a um mesmo cargo, o de
prefeita da cidade. uma terá, caso
ganhe, as mesmas atribuições que
a outra teve. terá, ainda, os
mesmos poderes. chefiará o executivo
da mesma cidade. ambas são petistas,
partido com fortes influências
comunistas/socialistas. não acho,
assim, que a comparação seja
absurda. imperfeita talvez, como
tudo no mundo.

não posso, apesar disso, descer
até uma análise íntima e pessoal
dos candidatos à prefeitura de
fortaleza. não sei perquirir seus
reais anseios e motivações. não
consigo mesmo. mas, pedindo ajuda
aos universitários, descobri que
moroni é facista e que não posso
chamar a luizianne de comunista
para não ser execrado, ou chamado
de retardado.

15.10.04

tapioca 

não acho que luizianne ou moroni
tenham, em cada caso particular,
muitas saídas. questiono-me quanto
do que é veiculado nas propagandas
representa a personalidade dos
candidatos, como sugerem os
eleitores mais ferrenhos.
e pergunto-me, ainda, quanto da
personalidade é importante no
governo vindouro.

o teor da campanha não representa,
e nunca representou, a ação efetiva
do governo eleito. lembra do slogan
"agora é lula"? e do fome zero?
e das eternas críticas ao governo
fhc? será que a memória curta é
só a do povão?

o candidato quer se eleger. agora,
como ele vai fazer isso, se andar
com o povo e conclamar a população
à luta é populismo, se pedir ajuda
é aliancismo, se criticar é pura
discriminação?

bem, há quem diga que a saída é a
"apresentação de propostas".
faz-me rir! prometer melhorias na
saúde, na segurança, na educação,
na moradia, é o que todos fazem.
e é o que têm que fazer.

as propostas são, todas, tão absurdas
que qualquer pessoa de bom senso não
as utiliza para guiar o voto. fazem
parecer que a verba orçamentária do
município tá sobrando. ora, se a
prefeitura já nao consegue pagar bem,
sequer pagar, o atual funcionalismo,
quiçá quando forem construídos mais
500 postos de saúde, 800 escolas em
tempo integral, 430 cabines policiais
etc. o lula já descobriu que botar
a mão no dinheiro é difícil. isso
quando sobra algum depois dos
ladrões repartirem. o jeito, para
se eleger, é prometer então.

e como arrecadar, se não assim, os
milhares de votos necessários à
eleição? seria convencendo, com
argumentos bem fundamentados, toda
a classe média universitária, isto é,
1/5000 dos eleitores? ou exaltando
a importância do empresariado,
1/8000000? por favor! elege-se quem
atingir a massa.

para ser campeão, tem que ser reflexo
dos valores comunitários: bravo, justo,
tenaz, obstinado, agradável, gentil,
sensível, maternal, sonhador. um
verdadeiro super-homem, que não
existe, a não ser nas propagandas,
todas iguais. assim se atinge o povão.

aliás, é nossa democracia que nos
afunda. o futuro da nação, por
exemplo, é decidido por 50 milhões
de analfabetos. é mesmo preciso
que maquiavel renasça e ensine a
óbvia missão dos candidatos?

hoje, para governar não é preciso
grande apoio popular. apoio é número
de votos, só vale na eleição. um
rei medieval teria o reino destruído
e vilipendiado sem o apoio popular.
um presidente, por sua vez, não sai
do posto por vontade do povo. ou
alguém acreditou nos caras-pintadas?

para governar é preciso concordância
entre executivo e legislativo. aqui,
povo não governa, não aprova e não
propõe emenda ou projeto. nossa
democracia é indireta. ainda bem!

finalmente, não percamos tempo
apontando o dedo para as falcatruas
dos candidatos. mesmo se o cara não
lava o pé antes de dormir, sua
administração pode ser boa. mesmo
que ele não dê esmola. mesmo que
ele seja indelicado e grosseiro.
mesmo que ele, à noite, fure o
sinal vermelho. isso, simplesmente,
não tem a ver.

é triste ver que a galera elucidada
exerga tão pouco quanto os desvalidos.
só que noutra direção. falam da
máquina eleitoral e da maquiagem
publicitária, mas ainda não atinaram
para o que vem a ser todo o processo
de seleção de um governante.

resumindo: maniqueísmo e personificação
de valores. conhece? são as eleições.

--

meu engajamento político não passa
disso. perdoem esse mainardi que me
baixou.

14.10.04

dancez le can can 

decerto, ter algo a dizer não é
sentir vontade de falar "ai!"
quando se experimenta uma dor.

explicitar o sentido e o alcance
de uma expressão como ter algo
a dizer
é tarefa reservada a
acadêmicos, lingüistas,
pesquisadores da etmologia
vocabular, dicionaristas e
bêbados em geral.

nesse sentido, até mesmo os
triviais importante e belo
são vocabulos indefiníveis.
o mesmo para amor ou morte.
coube-me ter algo a dizer.

todavia, arrisco-me a fazê-lo,
enquanto me apraz o exercício.
ou a masturbação - não sei se
alguém entenderia sem fruto a
tarefa.

penso, assim, que tal expressão
vocabular indica a pertinência
e a relevância de aguma colocação.

novamente, não obstante os
adjetivos pertinente e
relevante serem pouco
delimitáveis, são ampla e
facilmente compreendidos,
e isso me poupa a tarefa de
seguir definindo palavras até
o inexistente vortex conceitual.

ter algo a dizer seria, de
outra forma, ter uma adição
significante ou uma vultosa
objeção a determinada idéia.
algo que escape do mero
"acho que sim/acho que não".

obviamente, da mesma forma que
"ter sorte" subentende o adjetivo
boa, "ter algo a dizer"
subentende um diferencial.

fora do campo definido pela
expressão acima, haveriam,
apenas, as observações triviais,
que muitas, muitas vezes
descambam mesmo pra expressão
do gosto pessoal ou para a
catarse das dores de cotovelo.

se restar dúvida, e sempre resta,
tenho ainda a saída/plano B.
tenho a direção infalível,
aquela que nos levará às portas
abertas.

plano B. ouçamos o velho e
ouçamos o sábio. atentemos para
o que diz o mais prudente
conhecedor do homem: o tempo.

aos que tiveram algo a dizer,
haverá memória.

aos demais, carpe diem.

--

é mesmo um objetivo da arte
a imortalidade. não sou eu que
digo, é conhecimento humano
consolidado. perguntem aos
universitários!

8.10.04

c.q.d. 

newton fazia experimentos físicos
quando precisou desenvolver o
cálculo numérico. com isso, resolveu
sua equações, produziu novos
conhecimentos físicos e, de quebra,
revolucionou a matemática, partindo
os grilhões da ciência. alea jacta est.

michelângelo analizava um protótipo
de sua nova escultura quando sentiu
falta de informações anatômicas.
empreendeu, então, profundos estudos
sobre o corpo humano, trouxe a medicina
a outro patamar e permitiu a rápida
evolução dos conhecimentos médicos
de sua época, embora estes não o
tenham salvo da morte. vita brevis.

page tocava guitarra. não ambicionava
ser o melhor guitarrista da cena local.
aos 26 anos, consolidou um novo caráter
sonoro e uma abordagem técnica peculiar.
suas expressões ainda são espantosas e
o rock não é o mesmo desde então. ars longa.

a matemática, as artes plásticas e a
música não passam de linguagens. são
distintas formas de fazer afirmações
acerca do mundo. são livre e imperfeita
tradução da mente, em códigos criados
pelo homem.

dominar uma língua não significa
que você tem algo a dizer.

4.10.04

sainte trinité 

you have got a point
and i have got a point
and also he has got a point
so we have got a plan

--

só para que não restem dúvidas,
o post abaixo é whole lotta love,
letra escrita por robert plant,
música de jimmy page, ambos da
banda britânica led zeppelin.

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